Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024

Programa Fantástico da TV Globo revela gravações com denúncia contra o sistema penal no Pará




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O programa "Fantástico", da Rede Globo de Televisão, exibiu na noite deste domingo (4) uma reportagem mostrando um suposto acordo entre membros do crime organizado, presos no sistema penitenciário do Pará, com autoridades do sistema de segurança pública. Esse acordo é negado pelo Governo do Estado.

Assista ao teaser e à reportagem na íntegra da Rede Globo abaixo:A reportagem começa mostrando uma ligação entre Leonardo Costa Araújo, o Leo 41, chefe de uma facção criminosa do Rio de Janeiro e foragido desde outubro de 2019, com o tenente coronel Vicente Neto, comandante do Comando de Operações Penitenciárias (COPE), em janeiro de 2021.

Esse comando militar é vinculado à Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP). O coronel estaria dentro de uma cela da Unidade 2 do Centro de Recuperação Penitenciária em Santa Izabel do Pará, junto com quatro presos da mesma facção.

De acordo com o Fantástico, o Pará vive uma guerra entre criminosos e servidores das cadeias do Estado, e entre setembro de 2020 até janeiro de 2021, foram praticados sete atentados e praticado o assassinato de três agentes prisionais e de dois policiais penais.

Nessa conversa com o policial, os presos propõem o fim dos atentados em troca do atendimento de melhores condições para eles, como a liberação de colchões, banho de sol e quatro refeições por dia. Os presos denunciam que são agredidos nas celas.

Outro ponto da negociação foi quanto às vistorias do uso da tornezeleira eletrônica. Ao final da negociação, Leo 41 diz que vai mandar parar os ataques. A gente tem que saber o que é que está acontecendo no âmbito do sistema penitenciário paraense" - Eduardo Imbiriba, secretário geral da OAB

Depois do suposto acordo, o titular da SEAP, secretário Jarbas Vasconcelos, convocou reunião em 26 de janeiro. Entre os presentes, estavam diretores de cadeias e representantes de policias penais. Na reunião, teria sido tratado de não se cometer excessos com os presos. Em fevereiro, não houve ataques nem assasssinatos de policiais penais.

Mas, em março, os ataques recomeçaram. Nos últimos 30 dias, segundo a reportagem, três servdores do sistema penal foram mortos fora do horário de serviço.Para o advogado Eduardo Imbiriba, secretário geral da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA), "é um absurdo se constatar que o Estado está fazendo acordo com o crime organizado."

"A gente tem que saber o que é que está acontecendo no âmbito do sistema penitenciário paraense", inferiu.Na reportagem, é afirmado que a SEAP enviou nota destacando que não houve acordo entre entes do Estado e o crime e informando que sobre transferência de presos (os que aparecem nos áudios) e outras providências.

A reportagem integrada do Jornal o Liberal solicitou Nota à SEAP. O comunicado da Secretaria informa: "Não houve nenhuma negociação entre entes de Estado e o crime. A prova disso é que os próprios criminosos do áudio foram transferidos para presídios federais. Já são 67 presos transferidos. Lamentamos profundamente a morte de seis policiais penais. Os servidores presentes nos áudios estão afastados enquanto o fato é apurado. Reafirmamos que o Estado não vai ceder no firme propósito de controlar o sistema prisional Pará, para não retroceder a um passado em que organizações criminosas mandavam nos presídios".


Autor:AMZ Noticias com O Liberal


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