Dados do Boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal (SMS) de Cuiabá revelam que, nas últimas três semanas, entre os dias 28 de junho a 18 de julho, ocorreram 267 mortes, o que corresponde a mais da metade (64%) do registrado, desde 15 de abril.
No último mês, o número de óbitos cresceu 339%, tendo em vista que, até 20 de junho, foram registrados 95 óbitos pela doença de residentes na capital mato-grossense.
“O número ainda crescente de óbitos na Capital indica a necessidade de incrementar a assistência aos casos graves da doença, seja no diagnóstico precoce e/ou na oferta de leitos hospitalares, em especial, os leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva)”, aponta o informe, referente a 29ª semana epidemiológica, compreendendo o período de 14 de março a 18 de julho.
“Na semana que completamos quatro meses desde o registro do primeiro caso da Covid-19, em Cuiabá, verificamos que não houve atenuação no crescimento de casos e mortes”, alerta. Entre os pacientes internados, cerca de 44% ocuparam leitos de UTI, que atingiu uma taxa de ocupação de 93%. Além disso, aproximadamente um quarto dos indivíduos que foram a óbito não apresentavam comorbidades.
Entre os que se conheciam as doenças preexistentes (317), as mais frequentes foram hipertensão (209), diabetes (201), doença cardíaca (71), doença renal (31), neoplasia (13), doença pulmonar (18) e obesidade (5). Até 18 de julho, a capital tinha 7.313 casos de Covid-19 residentes em Cuiabá e 417 mortes, com taxa de letalidade de 5,7%. Os moradores da cidade representam 22,3% dos casos de Mato Grosso.
Contudo, o levantamento aponta, que esse índice vem reduzindo progressivamente, desde o início da epidemia, uma vez que, em 18 de abril, cerca de um mês após o primeiro caso confirmado, Cuiabá concentrava 64% dos casos da doença no Estado. Já a taxa de incidência era de 1.190,7 casos por 100.000 habitantes, apresentando crescimento quando comparada com a da semana passada, quando era 1.010,3/100 mil indivíduos.
Também se manteve mais elevada que a taxa em Mato Grosso (948,3/100.000 habitantes), porém com aumento proporcional semelhante, tendo em vista que no estado o crescimento na última semana foi de 15,4% e na capital, 17,9%. “Tais informações sobre a incidência reforçam sobre a manutenção do processo de interiorização dos casos de Covid-19 e o crescimento mais acentuado nos municípios do interior de Mato Grosso”, diz o documento.
Dados mais atualizados apontam que, até a tarde do dia (2), Mato Grosso tinha registrado 42 mortes por coronavírus em 24 horas. O estado também registrou 1.502 novas confirmações de casos de infecção. A Secretaria de Estado de Saúde notificou 38.931 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso. No total, são 1.474 óbitos causados pela doença.
ENFRENTAMENTO – O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) disse que vem buscando estratégias para manter a população em casa, aumentar a taxa de isolamento social e conter a propagação do vírus. Entre as medidas adotadas pela prefeitura para tentar conter o avanço da Covid-19, está a prorrogação do toque de recolher para até o dia 3 de agosto. O novo decreto neste sentido foi publicado na ultima terça-feira (21). O toque de recolher, que já vem sendo realizado na cidade desde junho, ocorre no horário das 20 às 5h.
“A cidade está com clima de cidade aberta. Quando eu baixei o primeiro decreto, aquilo foi quarentena, aquilo foi isolamento, ficamos quase 40 dias ininterruptos fechados para proteger a população e hoje estamos colhendo fruto de ter uma situação ainda sob controle, mesmo com toda a tristeza dos óbitos. Mas poderia ser muito pior, poderia ser o dobro se não fossem as medidas que tomamos lá atrás. Agora, 57 atividades essenciais funcionando com horário que funcionavam no período anterior a pandemia. Como que controla? É uma cidade com cara de atividade normal e está com atividade normal. Estou tomando medidas pontuais para evitar que uma situação ou outra possa agravar a nossa luta no combate a propagação da Covid-19. Mas essa medida judicial sem nenhum viés técnico tem dobrado o trabalho da prefeitura”, disse Pinheiro, se referindo à quarentena obrigatória determinada pela Justiça na capital.
A garantia é de que, antes mesmo da decisão judicial, Cuiabá já havia adotado medidas de contenção a propagação da doença. A exemplo disso foi em 25 de março que o primeiro decreto passou a valer na cidade e fechou o comércio por aproximadamente 40 dias, instituindo o início do período de isolamento social.
Escolas também suspenderam suas aulas. Indústrias e atividades de entretenimento foram paralisadas para evitar o colapso da saúde pública e preservar a vida da população. Atualmente, 57 atividades essenciais estão em funcionamento, seguindo decreto do presidente Jair Bolsonaro.
Autor:AMZ Noticias com Diário de Cuiaba